terça-feira, 22 de junho de 2010

Gilson


Esta vez copiei e colei do site do Branca , o relato de meu amigo de treinos o Gilson. Esse cara é focado já fez algumas maratonas, duas vezes solo a prova Bertioga Maresias de 75 km, e esse ano completou sua segunda Comrades.
Gilsão é o tipo de cara que acorda as 4:30 da matina numa quinta feira só para dar uma força para os seus colegas que estavam largando na prova dos 600k.
Segue abaixo o seu relato:

Este ano participei pela segunda vez consecutiva da ultramaratona Comrades.
Ano passado estava realizando um sonho imaginado com 5 anos de antecedência.
Tudo que havia feito nos últimos 5 anos era pensando na prova, foi uma corrida totalmente concentrado na realização de um sonho.
Este ano, voltei para poder curtir a prova. Com esse espírito, cheguei na largada
às 03h30 da manhã e às 05h30 estava atento a tudo o que ocorria em minha volta.
Concentração? nenhuma !! só depois que passei pelo tapete da largada que me dei
conta que iria correr 89Km, pensei comigo mesmo "e daí? Será apenas um longo passeio".
Corri com uma bandeira do Brasil e isso foi fantástico, interagi com muitas pessoas
que acompanhavam a prova, cianças e parceiros de jornada que se aproximavam ao
meu lado e conversávamos, sobre futebol, é claro!
Como havia conversado com o Branca, anteriormente, não controlava ritmo de prova
apenas levava o relógio para controlar as 12h00 da prova.
A cada passagem pelos pontos de controle comparativamente percebia que estava
mais lento que no ano anterior, porém estava "mais inteiro", isso me deixava feliz, pois
percebia que havia evoluído. É claro que nada é tão fácil em uma ultramaratona e
as dores chegaram. Tive muitas dores nos pés e na batata da perna, assim como nos treinos.
Apesar de ter tido muito mais dores nas pernas que no ano anterior, continuava
percebendo que fisicamente estava bem melhor. Psicologicamente estava tranquilo,
as dores vinham e eu pensava "e daí? estou chegando".
Fazia as contas do possível horário da chegada e percebia que se corresse um pouco mais rápido, faria um tempo melhor que no passado, e se continuasse no ritmo em que estava a medalha seria diferente pois passaria das 11h00, pensei de novo "e daí? vamos continuar o passeio".
Resolvi continuar curtindo, correndo e respeitando as dores, de vez em quando pegando os "ônibus" que passavam. Foram 11h20 de um passeio com muita alegria, dores, muita conversa comigo mesmo.
É impressionante a participação popular na prova e indescritível o momento da entrada no estádio lotado e a sensação na linha de chegada, bati no peito e pensei "sou ultra mesmo!! estou inteiro".
Agradeço à minha esposa, companheira em todos os momentos, à Regina com suas orientações e ao mestre Branca, e equipe, com suas planilhas e ensinamentos.

Gilsão Parabéns!!

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