Ultravó

Esta quinta, fui visitar um apartamento em frente a igreja de São Judas. Lembrei que bem em frente a igreja de existe um lugar mágico, um lugar que passei uma tarde fantástica...
Flores e mais flores, chovia, e lá estava ela trabalhando como faz todos os dias, 12 horas em pé vendendo flores aos fiéis de São Judas e para toda a clientela da região. A história dessa mulher guerreira em todos os aspectos, já é de se admirar e se espelhar pelo simples (se é que podemos chamar isso de simples) fato de acordar muito cedo todos os dias, trabalhar em pé por horas a fio, gerar emprego e distribuir cores e risos na cidade de São Paulo que por muitas vezes fica tão cinza. Tudo isso aos 65 anos de idade. Porém o nosso personagem de hoje é mais que ultra, é a ultra vó, sim a Vó Lucina já é vó e também é ultra.
A Lucina começou no mundo das corridas aos 57 anos, após ficar triste com o peso e com a condição física que se encontrava nessa época, disse ela “Vi uma foto minha com meu neto no Natal e fiquei arrepiada, era hora de fazer algo a respeito”. Em janeiro de 2001 começaram as caminhadas no parque do Ibirapuera, e logo já começaram os primeiros trotes. Em setembro de 2001 começou uma relação muito especial, a Lucina começou a treinar com o mestre Branca com quem continua até hoje. Em todo esse período já participou de 250 provas sendo 5 maratonas, uma prova de 12 horas, duas de 24 horas, e uma de seis horas.
A Ultravó é queridíssima no meio dos corredores, o sorriso é sua marca registrada. “Vou para brincar e para dar risadas... amo estar nesse meio”. Com esse espírito ela completou a no dia 29 de novembro, 105 quilômetros nas 24 horas do Rio, e no final aquele sorriso.
Para 2010 a vó já planeja maratonas e a ultra 24 horas novamente. “O grande prazer da vida é fazer o impossível, e eu ainda chego lá !”
Tive uma tarde, deliciosa no meio de flores, levei para casa umas rosas e descobri que as rosas são lindas, parecem delicadas, porém são super resistentes. Essa é a nossa Rosa, a Ultravó parece delicada, porém é sem duvida uma das mulheres mais fortes e mais guerreiras que conheci.
Quanto ao apartamento, não valeu a pena, porém as rosas.... ah as rosas!