sexta-feira, 11 de novembro de 2011

Relato da PR100

Neste final de semana tive a oportunidade de viver uma de minhas maiores experiências.
No dia 04 deste mês foi iniciada a ultramaratona PR100, no primeiro dia era previsto uma corrida de 74 km. Na largada o percurso era muito bonito e plano e a maioria dos atletas decidiu imprimir um ritmo forte, acho que já contando com sobra para os terrenos mais difíceis, eu tomei como estratégia em ficar em um ritmo bom, porém não muito lento, logo no início da prova com aproximadamente 30 minutos de corrida, ao invés de seguir uma seta da organização segui a indicação de duas senhoras no caminho que me informaram o caminho errado, e depois de um vai e vem me perdi pela primeira vez e atrasei a prova em quase 10 minutos. Esse foi o primeiro não que tomei diretamente do percurso, tive que reavaliar a minha estratégia e voltei a me concentrar e correr ritmado. Consegui e fui melhorando na prova conforme passava o tempo, um outro imprevisto foi a quilometragem que foi maior do que indicado na largada, e os marcadores de GPS marcaram entre 79 a 81 km, e somado aos minutos que fiquei perdido correndo pode se acrescentar mais quase 2 km nesse dia para mim, e mesmo assim completei o difícil terreno com bastante variação altimétrica em 10:07 h na 11ª posição.
Na chegada todos fomos ao acampamento da prova, e desfrutamos de uma noite muito legal com musica ao vivo e um jantar ótimo, tudo isso acabando cedo para que nós pudéssemos descansar para a segunda etapa que seria de 58 km. A largada no segundo dia era em ordem invertida, ou seja largavam-se primeiramente os últimos do primeiro dia e assim em diante de 4 em 4 minutos, a minha largada era as 8:32 e fui para a largada as 8:20, e perdi a explicação de percurso na largada onde não havia marcação sobre o caminho a seguir, o resultado foi que me perdi logo na largada, e nesse momento a prova me dava um novo não, segui sozinho por 12 minutos, quando percebi que estava errado, voltei novamente para a largada e comecei tudo novamente. Era hora de brigar com as dores do dia anterior e com o psicológico muito abalado. Continuei, porém nessa altura eu já era o último da corrida, pois fui ultrapassado pelos mais rápidos, e fui aos poucos fui caminhando tentando me recuperar fisicamente e psicologicamente na prova, com duas horas de prova, resolvi voltar a correr e recuperar o tempo perdido, fiz isso de maneira concentrada e ritmada, lembro a todos que fiz essa prova sem equipe de apoio e nesse momento depois de ter conseguido apoio do carro da organização com aproximadamente 1:30h de prova eu me encontrava completamente só, fui só e correndo até quase 4 horas de prova, foi quando percebi que fazia tempos que não via sinalização da prova e quando vi foi uma sinalização que eu tinha a certeza que era do dia anterior. Nesse momento fiquei desesperado e sem saber o que fazer, seguia ou retornava, nesse momento tentei usar o celular e me comunicar com a organização porém a área não tinha sinal, resolvi voltar e subir a serra que tinha acabado de descer, pois no alto haveria maior probabilidade de ter sinal, dito e feito no alto da serra o celular tinha sinal. Eu liguei para o responsável pelo resgate, eu expliquei onde eu estava e ele me disse que eu estava errado e que o caminho não era esse, sem apoio e sem saber o caminho então eu resolvi por fim a prova e solicitei o resgate.
Primeira lição que tomo é que não se deve fazer ultramaratonas desse nível sem uma equipe de apoio, pois sentando na beira da estrada sozinho eu pensava e se algo sério tivesse me acontecido? Quem iria saber onde eu estava? A equipe de apoio é segurança e mesmo que a prova não peça a obrigatoriedade de apoio, sempre leve por segurança. A outra lição é como eu reagi aos nãos que enfrentei, e acho que fui bem, pois consegui voltar a prova, apesar da tristeza e frustração.
No ultimo dia dei apoio aos atletas que completaram o percurso de 29 km, e participei da festa da chegada.
A prova passou e o ensinamento ficou. Essa foi a primeira edição desta prova e conversei com a organização (Seabra) e dei as minhas sugestões para melhorar a prova.
Agradeço imensamente o apoio de todos os atletas e de seus acompanhantes durante a prova, ao mestre Branca e a organização que fez questão de me dar a medalha da prova e a camiseta de finisher, que guardei ambas e pretendo usar ano que vem quando completar o percurso.


7 comentários:

  1. parabéns, Gustavo!
    que dureza essa prova, hein!


    já vi que quando eu inventar de correr uma prova assim, vou ter que levar mapa, bússula e usar técnicas de provas de orientação! porque eu tenho muito medo de me perder! acho que o pior em provas desse tipo é essa questão da sinalização...


    parabéns pela garra, pela coragem, e pelos quilômtros conquistados nesse desafio!

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  2. Bela prova Gustavo!

    Um dia pretendo passar por uma experiência destas também, mas minha jornada é longa ainda...

    Fábio
    www.42afrente@blogspot.com

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  3. Este comentário foi removido pelo autor.

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  4. Caramba! Eu no seu lugar, estaria perdida até hoje! E nos treinos, vocês teriam que fixar um cartaz com a minha foto e meu nome para todos me procurarem! Kkkkkk.
    Parabéns pelo forte psicológico que ainda faz você pensar em voltar no ano que vem! Parabéns pelos km percorridos sozinho e sem apoio!
    Uma informação: como se faz apoio numa prova destas? Certamente, o GPS não deve pegar direito lá, né? Assunto para outra postagem! Rs.

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  5. Gustavo te desejo um Feliz Natal e que 2012 seja repleto de paz, saúde, felicidades e realizações, que a chama da corrida continue sempre forte, e que vc possa desfrutar de muitas largadas e chegadas...

    Abs

    Fábio
    www.42afrente@blogspot.com

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