segunda-feira, 30 de janeiro de 2012

217 km de emoções parte 1

Não vejo outra maneira se não dividir essa saga em capítulos, mesmo que ninguém leia ou se interesse, mas só assim vou conseguir fazer justiça aos 217 km.
Começo esse relato fazendo a mea culpa, por ficar muito tempo sem escrever nesse espaço, porém quem quiser informações mais instantâneas pode me adicionar no facebbok.
Nos dias 20,21 e 22 eu participei da BR 135. Mas antes de falar da BR quero falar o que antecede a BR, no mês de novembro tive uma lesão muscular no glúteo e no dia 23 de dezembro travei a minha coluna, ambos os casos estão ligados a um início de hérnia lombar.
Com esses contratempos e com a não conclusão da prova em 2011, confesso que estava apreensivo e muito focado para completar a prova. Pois iniciar uma prova de 217 km com dor seria algo muito complicado.
Graças aos tratamentos na coluna com acupuntura do Roberto e ao trabalho de RPG e a knesiotape que fiz com o meu fisioterapeuta Evaldo, fui a largada da prova sem dor, e felizmente nada senti na coluna durante as 48 horas de prova.
Cheguei a São João da Boa Vista com a minha equipe de apoio no dia 19 de janeiro, lá fiz a pesagem e entrega de documentos e depois pegamos o meu kit de prova. Confesso que é nesse momento que começamos a prova, lá vimos os colegas de muitas ultras e você entra de vez nesse mundo a parte, para muitos esses atletas que são selecionados a dedo pela prova são considerados loucos, para mim eu considero colegas e de certa forma família, pois eles compartilham comigo uma visão diferente das corridas, confesso que nesse ambiente eu me sinto em casa.
Antes de iniciarmos a corrida quero apresentar a minha equipe de apoio:
Duane – Ultramartonista da equipe Branca Esportes, enfermeiro.
Faiola – Ultramaratonista veterana da BR135 em 2011 completou o desafio solo em 56 horas, empresária. A Fabiola também e atleta Branca Esportes e tive a oportunidade de seu pacer em outros dois desafios.
Mauricio – Meu primo, amigo de infância, empresário, futuro corredor.
Rodrigo - Ultramaratonista, professor universitário, atleta Branca Esportes.
Importante apresentar a equipe, pois tudo o que eu fiz daqui pra frente nos relatos teve ajuda e participação direta desses guerreiros.
Claro que a noite que antecede a corrida não foi bem dormida, dormi 4 horas direto, depois eu parecia o resultado da telecena no ar de meia e meia hora.
Acordamos, tomei um bom café da manhã e fomos todos a largada, chegamos lá as 7:30, a largada aconteceria as 8:00h. Confesso que esses 30 minutos demoram muito para passar, e a minha cabeça estava refazendo a prova toda km por km antes da largada. Hora do Hino Nacional, sei que depois disso falta pouco pra largada... Largamos, posso respirar o primeiro metro dos 217 km foi dado, para ficar mais fácil eu dividia a prova em etapas, a única coisa que pensava neste momento era completar a etapa de São João da Boa Vista a Águas da Prata. Amanhã continua...

Todos no congresso técnico!!



Equipe na largada


Vai começar!!



Largamos

terça-feira, 20 de dezembro de 2011

Clipe Branca Esportes

Galera segue abaixo o clipe da minha equipe!!

sexta-feira, 11 de novembro de 2011

Relato da PR100

Neste final de semana tive a oportunidade de viver uma de minhas maiores experiências.
No dia 04 deste mês foi iniciada a ultramaratona PR100, no primeiro dia era previsto uma corrida de 74 km. Na largada o percurso era muito bonito e plano e a maioria dos atletas decidiu imprimir um ritmo forte, acho que já contando com sobra para os terrenos mais difíceis, eu tomei como estratégia em ficar em um ritmo bom, porém não muito lento, logo no início da prova com aproximadamente 30 minutos de corrida, ao invés de seguir uma seta da organização segui a indicação de duas senhoras no caminho que me informaram o caminho errado, e depois de um vai e vem me perdi pela primeira vez e atrasei a prova em quase 10 minutos. Esse foi o primeiro não que tomei diretamente do percurso, tive que reavaliar a minha estratégia e voltei a me concentrar e correr ritmado. Consegui e fui melhorando na prova conforme passava o tempo, um outro imprevisto foi a quilometragem que foi maior do que indicado na largada, e os marcadores de GPS marcaram entre 79 a 81 km, e somado aos minutos que fiquei perdido correndo pode se acrescentar mais quase 2 km nesse dia para mim, e mesmo assim completei o difícil terreno com bastante variação altimétrica em 10:07 h na 11ª posição.
Na chegada todos fomos ao acampamento da prova, e desfrutamos de uma noite muito legal com musica ao vivo e um jantar ótimo, tudo isso acabando cedo para que nós pudéssemos descansar para a segunda etapa que seria de 58 km. A largada no segundo dia era em ordem invertida, ou seja largavam-se primeiramente os últimos do primeiro dia e assim em diante de 4 em 4 minutos, a minha largada era as 8:32 e fui para a largada as 8:20, e perdi a explicação de percurso na largada onde não havia marcação sobre o caminho a seguir, o resultado foi que me perdi logo na largada, e nesse momento a prova me dava um novo não, segui sozinho por 12 minutos, quando percebi que estava errado, voltei novamente para a largada e comecei tudo novamente. Era hora de brigar com as dores do dia anterior e com o psicológico muito abalado. Continuei, porém nessa altura eu já era o último da corrida, pois fui ultrapassado pelos mais rápidos, e fui aos poucos fui caminhando tentando me recuperar fisicamente e psicologicamente na prova, com duas horas de prova, resolvi voltar a correr e recuperar o tempo perdido, fiz isso de maneira concentrada e ritmada, lembro a todos que fiz essa prova sem equipe de apoio e nesse momento depois de ter conseguido apoio do carro da organização com aproximadamente 1:30h de prova eu me encontrava completamente só, fui só e correndo até quase 4 horas de prova, foi quando percebi que fazia tempos que não via sinalização da prova e quando vi foi uma sinalização que eu tinha a certeza que era do dia anterior. Nesse momento fiquei desesperado e sem saber o que fazer, seguia ou retornava, nesse momento tentei usar o celular e me comunicar com a organização porém a área não tinha sinal, resolvi voltar e subir a serra que tinha acabado de descer, pois no alto haveria maior probabilidade de ter sinal, dito e feito no alto da serra o celular tinha sinal. Eu liguei para o responsável pelo resgate, eu expliquei onde eu estava e ele me disse que eu estava errado e que o caminho não era esse, sem apoio e sem saber o caminho então eu resolvi por fim a prova e solicitei o resgate.
Primeira lição que tomo é que não se deve fazer ultramaratonas desse nível sem uma equipe de apoio, pois sentando na beira da estrada sozinho eu pensava e se algo sério tivesse me acontecido? Quem iria saber onde eu estava? A equipe de apoio é segurança e mesmo que a prova não peça a obrigatoriedade de apoio, sempre leve por segurança. A outra lição é como eu reagi aos nãos que enfrentei, e acho que fui bem, pois consegui voltar a prova, apesar da tristeza e frustração.
No ultimo dia dei apoio aos atletas que completaram o percurso de 29 km, e participei da festa da chegada.
A prova passou e o ensinamento ficou. Essa foi a primeira edição desta prova e conversei com a organização (Seabra) e dei as minhas sugestões para melhorar a prova.
Agradeço imensamente o apoio de todos os atletas e de seus acompanhantes durante a prova, ao mestre Branca e a organização que fez questão de me dar a medalha da prova e a camiseta de finisher, que guardei ambas e pretendo usar ano que vem quando completar o percurso.


quarta-feira, 2 de novembro de 2011

Desafio PR100

Esse final de semana estarei enfrentando mais um Ultra desafio, Trata-se da PR 100 - Caminhos Históricos de Quatro Barras, uma Ultra maratona de 100 milhas (161km) realizada em três dias, divididos em três etapas: 1o dia 74 km, 2o dia 60 km e 3o dia 27 km.
Esta será a primeira edição desta prova, e tenho a certeza que será muito legal, pois é uma prova de ultramaratona feita por ultramaratonistas.
Mais um momento de me conhecer melhor e rever amigos. Vou tirar férias!! Por três dias minha preocupação será de colocar um pé na frente do outro, sentir a sensacão de liberdade e correr!!
Assim que voltar vou escrever sobre essa experiência.
Amanhã vou a caminho do Paraná e vou tentar atualizar a prova que começa na sexta e termina no domingo toda noite pelo facebook. (Gustavo Neves Abade).
Quem quiser mais informações pode acessar o site do boracorre

quarta-feira, 21 de setembro de 2011

24 horas na Pista


Neste final de semana enfrentei a minha segunda prova de 24 horas na pista. Desta vez o desafio foi no Parque do CERET aqui em São Paulo.
Confesso que estava preocupado com a distância que iria rodar devido ao meu quadro de sinusite que tive no mês da prova. Comecei a prova como sempre começo, em ritmo bem lento me preservando bastante, pois a largada foi as 14:00h de sábado e já estava bem calor, mas o calor foi amenizado com a companhia do Nishi que correu comigo por quase duas horas. No começo da prova eu tinha o apoio da Paty que ficou comigo até o início da noite, logo nas primeiras horas tive a visita de minha amiga Sani com a sua filha Gi, e mais tarde, o Duane e seus filhos apareceram na pista para me darem aquela força. Já no início da noite eu estava me sentindo melhor, pois o clima estava mais do jeito que eu gosto (frio), e logo tive a companhia do Alfredo e de seu amigo (desculpe esqueci o nome dele). O tempo passou rápido e logo veio à noite, estava adotando a estratégia de correr 1 hora, parar e me alimentar e descansar de 5 a 10 minutos. Perto das 22:00h cometi o erro, de tomar um anti-inflamatório, pois estava preocupado de começar a sentir dores musculares por causa do pouco treino que fiz nos últimos 30 dias, porém me esqueci completamente que durante a minha sinusite eu tomei anti bióticos que me deixaram com náuseas por duas semanas e sérios problemas estomacais, e isso me custou mais tarde... Nesse período recebi o apoio do Nilton que veio as 22:00 de sábado e ficou comigo até as 14:00h de domingo ( sem comentários!!). Outra surpresa foi feita pelo Branca e da Erika que foram na pista perto das 23:00h e me levaram uma pizza, tipo delivery. Bem legal!! Antes disso tive também a visita da Fabíola, que voltaria no dia seguinte.
Sobre o Erro... por volta das 04:00h da manhã comecei a sentir um forte enjôo que resultou em um papo bem sério com o Hugo no banheiro, com isso decidi tomar um dramin e descansar por 1:30h.
Depois de descansar, me senti melhor e voltei pra pista, nesse momento decidi que havia pique para pegar o pódium da prova e ficar entre os 5 primeiros, me empolguei e percebi que podia até perseguir o terceiro lugar. O dia amanheceu e logo tive a companhia da Paty e do Rubão, porém depois de mais algumas horas o enjôo voltou, desta vez tive uma conversa com o Hugo mais publica, bem na frente de todos, e fiquei mais 40 minutos descansando, porém o enjôo não passava, então decidi voltar para a pista e caminhar até o final da prova, neste período, fui caminhando acompanhado pela Paty, Rubens, Fabíola, Nilton, e aos poucos fui me sentindo melhor.
Confesso que foi uma prova muito dura, principalmente por essa batalha física e mental que travei durante horas, o resultado oficial foi de 134 km e 400m, confesso que acho que foi mais. Com essa rodagem fiquei em 4º lugar, porém o mais importante foi perceber essa recuperação que tive dentro de uma situação extrema. Essa experiência, de se achar em uma situação sem saída, e de alguma forma encontrar força e equilíbrio para continuar será algo que levarei para os meus próximos desafios e com certeza para a minha vida profissional e pessoal.
A chegada foi especial, fiz a última volta ao lado de pessoas muito queridas: Nilton, Rubens, Fabiola, Nishi e a minha Paty. Foi emocionante cruzar essa linha de chegada e já lá agradecer a força dessa galera. Chegamos juntos, pois a força deles eu usei em vários momentos. Usei também a energia da Katia e sua filha linda Luana, Regis, Sani, Gi, Duane e seus filhos, Alfredo, Branca e Erika,a força da galera que correu na pista esse tempo todo em especial pra Elis miha vizinha de barraca que mandou muito bem e ganhou no feminino. Além é claro da força da galera que mandava mensagens pelo Face.
Fizemos juntos!!









terça-feira, 30 de agosto de 2011

Próximos desafios

Estes últimos 10 dias estou me recuperando de uma gripe + sinusite. Estou avaliando que esse descanso é treino.
Meus próximos desafios são:
17/18 de setembro = 4a. CORRIDA 24 HORAS NA PISTA EM SÃO PAULO NA VIRADA ESPORTIVA
04,05 E 06 de novembro= PR100 Ultramaratona Internacional de Quatro Barras (100 milhas = 160 km)
20/01/2012 = Brazil 135 Ultramarathon (217 km)
Ou seja estou acabando a fase de força e velocidade, e vou entrar em um polimento de rodagem e trabalho psicológico para encarar esses desafios.
Acho importante traçarmos metas e desafios. Os meus estão traçados!!
Agora é me curar de vez, e pé na estrada!!

segunda-feira, 15 de agosto de 2011

Feitos


Mestre Branca


Super Ultra - Carlos Dias

Esse final de semana pude ser testemunha de dois feitos…
Um demorou um ano e 18.250 km, Carlos Dias finalmente chegou em São Paulo e cruzou a linha de chegada de seu desafio de cruzar todo o nosso país em um ano, rodando mais de 18.250 km, estava um pouco chateado pois não tinha achado tempo para recepcionar ele no sábado, pois tinha que trabalhar e dar os meus treinos na USP. Também tinha que fazer uma rodagem de 40 km, então eu decidi, em ir trabalhar a pé e corri 15 km até nosso ponto de encontro na USP para começar o nosso trabalho, após o trabalho por volta das 11:30, fui rodar os 25 km restantes e iria encontrar o Carlos Dias chegando no Ibirapuera, porém enquanto ainda rodava na USP, tive a luz de ligar para o Carlos e ele me avisou que estava ainda a caminho do Ibirapuera e não havia nem chegado no Parque Vila Lobos, então fui rapidamente encontrá-lo e quando estava com quase 40 km de treino desliguei o meu Garmim, agora era correr por puro prazer e viver um pouco da energia dessa pessoa sensacional que estava cumprindo com elegância e emoção o objetivo dele, foi sensacional me sinto honrado em poder escoltá-lo nos últimos kms de seu desafio e poder correr com ele uns 12 km.
O outro, foi no Domingo, a Equipe Branca Esportes a qual eu faço parte comemorou 10 anos de vida em grandíssimo estilo, bem do jeito Branca Esporte, alegria e vitalidade ao som da Banda Groove Nation e com participação da Vanessa Jackson, foi ótimo poder reunir com os amigos e dessa família que faço parte. Tudo começou com o Mestre Branca, mas o nome Branca cresceu e não é mais exclusivo do Vanderlei (verdadeiro nome de nosso mestre), faz parte de centenas de corredores e profissionais, tenho muito orgulho de fazer parte dessa história.